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18/11/2020

Sustentabilidade na Construção Civil

Sustentabilidade na Construção Civil

O tema de hoje sugere algo tão amplo, generalizado e difícil de definir seu real significado, por isso, vou arriscar sugerindo que sustentabilidade é fazer melhor uso dos recursos naturais existentes, de modo que não agrida ou cause impacto significativo ao meio ambiente e preserve estes recursos para gerações futuras.

Na construção civil, uma grande fonte de discussão e polêmica se refere ao uso da água, da energia e geração de resíduos. O setor é um dos que mais geram resíduos na fase de construção da edificação. Muito se evoluiu neste campo, com utilização dos 3 R’s (Reduzir, Reutilizar, Reciclar) nos canteiros de obras. Além disso, muitos materiais e métodos construtivos ecológicos permitem pouca geração dos resíduos, futuros reaproveitamentos na própria obra e então a reciclagem final. Nesta perspectiva, vemos que estes 3 R’s contribuem para o meio ambiente e financeiramente para o setor.

No campo do uso da água e energia, nos deparamos com vários métodos economizadores de água (tanto na fase de construção, quanto para uso final do proprietário). Como alguns exemplos podemos citar os métodos modulares construtivos que comprovam baixa utilização de água, dispositivos de reuso de água (cinzas e chuva), temporizadores de torneiras, descarga com acionamento duplo, redutores de vazão em chuveiros, entre outros.

Quando olhamos para eficiência energética, os exemplos vão desde utilização de energia fotovoltaica nos telhados, utilização de lâmpadas LED, sensores de desligamento automático de luzes e construção com orientação adequada das torres da edificação (tanto para ventilação natural, quanto para entrada de luz solar). Vale ressaltar que o uso de energia fotovoltaica vem sendo utilizada tanto em canteiros de obras, como dispositivo para usuário final do imóvel.

Todos estes exemplos remetem o quanto o setor evoluiu neste campo, bem como inclusão em seus processos, de técnicas e procedimentos que atendam a causa da sustentabilidade. Vejo que é uma cadeia extensa e que desde a compra de um insumo, é necessário optar por materiais fabricados ecologicamente e dar preferência por insumos locais (afim de diminuir a emissão de C02 no transporte). A conscientização e treinamentos juntos aos colaboradores de produção de obras, também é relevante quanto ao uso e dosagem correta dos materiais, combate ao desperdício, separação e correto descarte dos resíduos. É interessante em obras de maior porte, optar por usina de concreto e ou reciclagem de resíduos na própria obra, pois existem estudos que comprovam esta viabilidade (custo x benefício).   

Para propiciar adesão das construtoras nesta causa da sustentabilidade, foram criadas várias certificações e ou selos nacionais e internacionais, que remetem a sustentabilidade na construção civil. Algumas bem conhecidos como LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), AQUA (Alta Qualidade Ambiental), Selo Procel da Edificação e Selo Azul da Caixa Econômica Federal (estes dois últimos nacionais). Com esta adesão a construtora cria visibilidade para seu empreendimento e a marca do seu negócio; além de ser um diferencial bem atraente, pois comprova o uso da sustentabilidade durante a construção e para usuário final do imóvel. Foi comprovado que as edificações são as grandes vilãs do consumo de energia, sendo que recentemente o Procel Edifica, estendeu o programa para edificações privadas, isto é, além das edificações públicas. Não é raro quando visitamos edificações mais antigas e nos depararmos com a necessidade de acender as luzes durante o dia, devido a um sistema precário de entrada de claridade. O mesmo se dá ao utilizar com mais frequência o ar condicionado, por não possuir mecanismos de ventilação natural ou condições construtivas de origem térmicas apropriadas.

Em tempo, vale a pena comentar que ressaltei os aspectos ambientais na sustentabilidade, mas várias construtoras atrelam esses aspectos a questões de ordem social, bem estar e mobilidade ao usuário final. Nos empreendimentos como condomínios ou mini cidades, os benefícios vão desde preferência por construções que em sua região ofereçam áreas verdes e contemplativas, locais para bicicletário e carga de veículos elétricos, além de espaços compartilhados como lavanderias e salas de reuniões.

Para finalizar, que possamos deixar uma geração mais consciente e atuante, quanto ao verdadeiro papel da sustentabilidade no nosso meio ambiente.

Visto que li certa vez, a seguinte frase: “que meio ambiente vamos deixar para futuras gerações de pessoas?” Afirmo que prefiro deixar a seguinte reflexão: “que geração de pessoas vamos deixar para o meio ambiente?”

 

ESCRITO POR:Claúdia Queiroz
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